Os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola são um caminho de oração que ajuda a criar proximidade e intimidade com Deus, a partir da oração e do silêncio, no contato com as escrituras, consigo mesmo, com os outros e com a realidade que nos cerca, considerando a pessoa em sua totalidade.

pontos de oração

Senhor Jesus, que pela ação do Espírito Santo eu possa reconhecer e deixar-me envolver pela dinâmica do Amor que perpassa minha história de vida.

  1. Acima de tudo, confie na ação vagarosa de Deus, pois somos naturalmente impacientes em tudo para que logo chegue o fim, sem demora. (Teilhard de Chardin, SJ)

  2. A oração é uma resposta do homem à experiência de uma presença. É uma resposta à presença de Deus que está em toda a sua “Criação” e, também, na história da humanidade.

  3. Vivemos num mundo marcado por ruídos externos e internos. Carregamos o ruído dentro de nós – em nosso CORPO: tensões, pressas, nervosismos… Daí a necessidade, primeiramente, de SILENCIAR o ruído-nocivo, o ruído-obstáculo… através da “escuta amistosa”. (Adroaldo Palaoro, SJ)

• Na espiritualidade cristã, deserto é o lugar onde a pessoa é colocada diante de si mesma para, assim, encontrar aquele que habita em seu ser: Deus!

• Aqui, entre tantas outras, podemos considerar três ensinamentos que a experiência do deserto pode nos oferecer: a) a constante presença de Deus em nossas vidas; b) descobrir e deterse no essencial; c) revitalizar a esperança que nasce de uma experiência

Senhor Jesus, que pela ação do Espírito Santo eu possa reconhecer e deixar me envolver pela dinâmica do Amor que perpassa minha história de vida.

1. JESUS, o homem dos caminhos, chama para um a vida nova. A pegada que Ele deixa ao passar é sua própria vida partilhada.

2. Jesus aproxima-se. Não trata de convencer, de argumentar, de fazer seguidores à base de discursos.

3. Jesus arrasta porque oferece um modo novo, uma proposta nova. Ao chamar, Ele não o faz a partir de um plano, mas sim a partir da experiência de vida

• Poço é lugar de Encontros… Aqui, de modo espe- cial, de encontro com Jesus e consigo mesmo… Ao se revelar, Jesus também revela nossa real identidade.

• Como a mulher Samaritana, quando a pessoa reconhece a verdade, dá a cesso a si mesma para tornar-se livre daquilo que constitui obstáculo para o encontro com sua Vocação Fundamental: “Ser criada para Amar e Servir!”

Senhor Jesus, que pela ação do Espírito Santo eu possa reconhecer e deixar me envolver pela dinâmica do Amor que perpassa minha história de vida.

1. Todo ser humano, de maneira geral, necessita ser amado e amar. Muitas vezes, ou na grande maioria das vezes, porém, o vocábulo “Amor” é interpretado ou empregado erroneamente, sobretudo, fora do contexto do que realmente o amor é em si e para que função ele exige ou emprega.

2. Como cristãos, e tendo por base as Sagradas Escrituras, entendemos que existe um Deus que, em sua essência, é amor, como nos atesta o apóstolo João: “Deus é amor!” (I João 4, 16b).

3. O Amor/Deus tem em sua essência o movimento da iniciativa primeira de ir em direção ao ser humano.

• O Salmo tem o foco temático no conhecimento total que Deus tem das suas criaturas. Ele observa cada movimento, enxerga cada pensamento e ouve cada palavra, até mesmo antes dela ser falada.

• Este Salmo nos convida a acolher, meditar e saborear a surpreendente presença afetiva e efetiva de Deus. Inspirados pelo conteúdo desse salmo

silêncio, oração pessoal…
 
Refrão Orante: Fiquem agora junto de mim Orem e vigiem. Orem e vigiem!

“E assim resolveu velar armas toda a noite, sem se sentar nem deitar, mas ora de pé ora de joelhos, diante do altar de Nossa Senhora de Montserrat, onde determinara deixar as suas vestes e vestir-se das armas de Cristo”.

Durante a sua peregrinação desde Loyola até o renomado mosteiro beneditino de Montserrat, Inácio pensava, seguindo o seu costume, nas façanhas de armas que queria fazer. Foi inspirado pela leitura de romances de Amadis de Gaula e outros livros semelhantes. Mas agora não foram façanhas no campo de batalha, eram as grandes obras que queria realizar por amor de Deus. Se inspirava pela vida e obras de São Francisco de Assis e São Domingos, como tinha meditado ao longo da sua recuperação em Loyola.

Chegando a Montserrat, Inácio fez uma confissão escrita durante três dias com o beneditino francês João de Chamones, um monge ‘de notável espiritualidade e virtude’ que confessava os hóspedes do mosteiro. Chamones deve ter instruído Inácio em métodos de oração e no exame de consciência. Possivelmente, Inácio aprendeu dele a contemplar os mistérios da vida de Jesus.

Para preparar-se para a cerimônia solene de se tornar cavaleiro, um candidato passaria a noite em ‘vigília de armas’. Inácio resolveu marcar sua nova vida por uma vigília na noite antes da festa da Anunciação, 25 de março de 1522. Doou sua roupa fina a um mendigo e vestiu uma roupa feita de pano de saco. Passou a noite, ora em pé e ora de joelho, diante do altar de Nossa Senhora de Montserrat, em oração. Ao lado do altar pendurou seu punhal e sua espada. O gentil homem se tornou servo pobre de Jesus.

(Lembrar pessoas que também se tornam pobres servas de Jesus, entregando suas vidas pela causa do Reino)

Como pobres e carentes da proteção de Deus, confiemo-nos totalmente nas mãos do Pai, que escolhe os pequeninos para confundir os grandes deste mundo.

“Em Ti meu Deus, a minh’alma está tranquila, como a criança nos braços de sua mãe”.

Ó Senhor, meu coração não é orgulhoso, nem se eleva arrogante o meu olhar,
eu não ando à procura de grandezas, e nem tenho pretensões ambiciosas.

Fiz calar e sossegar a minha alma,
Ela está em grande paz dentro de mim, Qual criança bem tranqüila, amamentada, No regaço acolhedor de sua mãe.

Israel, põe no Senhor tua confiança,
No Senhor que fez o mar, a terra, o céu! Israel, confia a Deus a tua vida,
Desde agora e por toda a eternidade!

(Medite as palavras do salmo no seu coração. Repita aquelas que lhe chamaram a atenção enquanto cantava)

Leitura do texto.

Podemos refletir sobre tudo que passou pela alma de Inácio nesta vigília. Foi uma mudança total de vida. Já tinha prometido à Nossa Senhora a castidade, que viveu fielmente, em contraste aos pecados passados. Tantas consolações Inácio deve ter sentido, consolações que o ajudariam ao longo do resto da sua vida! Deixou o passado para começar a viver um futuro novo. Eu também posso parar e refletir sobre a minha vida. Como Deus tem atuado nos últimos tempos? O que eu deveria deixar, o que abraçar, para caminhar de maneira mais integrada no meu seguimento de Cristo?

Terminada a vigília, Inácio saiu de Montserrat de manhã bem cedo, para não ser reconheci- do e honrado. Para desfazer a vaidade que tinha antes, vestiu o saco e deixou seu cabelo desarrumado, porque antes tinha excesso de respeito pela sua aparência. Será que eu fico preocupado demais com as reações de outros? Tenho medo de viver na pobreza e simplicidade, de ser a pessoa que realmente quero ser?

O único tesouro que Inácio levava consigo foi um caderno no qual anotava as suas inspirações e descobertas espirituais. Foi o germe dos Exercícios Espirituais. Em toda a vida cristã, como na vida de oração em particular, ajuda muito registrar os frutos da oração para perceber como Deus vai agindo ao longo do tempo. Assim posso oferecer a Deus a minha vida, percebo e agradeço as graças que vou recebendo. É oportuno refletir sobre a ação de Deus na minha vida, para reconhecer e agradecer os seus dons.

Refrão: Deus é amor. Arrisquemos viver por amor. Deus é amor. Ele afasta o medo!

– Deus, nosso Pai, derrama em nossas vidas a tua compaixão, para que vivamos na generosidade do perdão.

Vem, vem com tua luz, ó Senhor Jesus!

– Pedimos por aqueles que não podem crer, mas que dão a própria vida ao serviço dos outros.

– Ó Cristo, luz do alto, vem visitar todos aqueles que estão nas trevas: mostra-lhes o caminho do teu amor.

– Sê o sustento daqueles que conhecem dificuldades e desânimo, tu, que és a fonte de vida e confiança.

– Guia-nos com teu Espírito para sermos fiéis, a exemplo de Inácio, ao teu amor; dá-nos um coração novo.

Outras preces….

Pai Nosso que estais no céu,

santificado seja o vosso nome,

vem a nós o vosso reino,

seja feita a vossa vontade

assim na terra como no céu.

O pão nosso de cada dia nos daí hoje,

perdoai-nos as nossas ofensas,

assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido,

não nos deixei cair em tentação

mas livrai-nos do mal.

Amém.

Ó Deus, nosso Pai, fica conosco durante esta noite e dá-nos a graça de nos unir de tal modo a Jesus, teu Filho, morto e sepultado, que possamos ressuscitar com Ele desde já para uma vida nova. Por Cristo, nosso Senhor. Amém!

Salve Rainha, mãe de Deus,

És Senhora, nossa mãe, nossa doçura, Nossa luz, doce Virgem Maria.

Nós a ti clamamos, filhos exilados,

Nós a ti voltamos nosso olhar confiante. Volta para nós, ó mãe,

Teu semblante de amor.

Dá-nos teu Jesus, ó mãe,

Quando a noite passar.

Salve Rainha mãe de Deus,

És auxílio dos cristãos,

Ó mãe clemente, mãe piedosa,

Doce Virgem Maria.

Senhor Jesus, que pela ação do Espírito Santo eu possa reconhecer e deixar me envolver pela dinâmica do Amor que perpassa minha história de vida.

1. Vivemos em um tempo no qual a vida pede, de todos, irmos além das aparências e atingirmos o coração das coisas e das pessoas, tomando posturas novas: ver o invisível, escutar o silêncio, adivinhar a angústia e sondar o mistério.

2. Somos chamados a descobrir o espírito do amor que dorme na pedra, sonha na flor, acorda no animal e age criativamente por meio das pessoas, donas de um rosto e de um coração.

3. Para que isto possa acontecer em nossas vidas, é preciso entrar em sintonia com a realidade, percebendo que há setas indicando o caminho que nos leva a construção de um mundo com sentido.

• Considerar o amor não é apenas como mais um dom do Espírito, mas como o ambiente em que os outros dons são exercidos, pois o amor é o solo onde os dons crescem e florescem, humanizando a pessoa.

• As Sagradas Escrituras nos afirma que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus. Dessa forma, se Deus é amor podemos entender que há muito de amor em nossa humanidade, por isso, quanto mais humano formos mais com o divino pareceremos.

Senhor Jesus, que pela ação do Espírito Santo eu possa reconhecer e deixar me envolver pela dinâmica do Amor que perpassa minha história de vida.

1. Segundo a tradição cristã católica, podemos definir a Vocação como a Resposta Humana a um Chamado Divino… Deus chama todas as pessoas para participarem de um projeto que propiciará a realização da própria pessoa e de todas as pessoas ao seu redor.

2. Para realizar o Projeto de Deus em nossas vidas, precisamos estar atentos à passagem do Kairós no caminho das nossas histórias pessoais.

3. A partir do momento que o indivíduo ouve e responde, positivamente, ao chamado de Deus o movimento do divino dinamizará seu modo de proceder…

• Bartimeu é pobre e cego… está sentado à beira da estrada… é um excluído! Mas, com os olhos do coração percebe a PROXIMIDADE DA GRAÇA, então, Grita e, diante de Jesus, sabe que além de gritar tem que saber o que quer!

• A imagem do mendigo cego à beira do caminho pode ser a história de cada um de nós quando, perdendo a dignidade, somos colocados à margem da sociedade e da vida… Mas, confiando em Jesus temos que “GRITAR”.

Senhor Jesus, que pela ação do Espírito Santo eu possa reconhecer e deixar me envolver pela dinâmica do Amor que perpassa minha história de vida.

1. Procurar a Vontade de Deus não é adivinhar o que Deus quer, mas amar o que Deus ama.

2. A Vontade de Deus não pode ser um projeto existente fora de nós, ou à margem de nossa vida e de nosso mundo, e a qual haveria que ir acomodando continuamente a vida e a ação, independente do que somos ou do rumo dos acontecimentos.

3. A busca da Vontade de Deus é uma tarefa intimamente vinculada ao ser da pessoa que busca e que, por conseguinte, se enraiza no curso de sua própria vida pessoal. Não é um fato que se improvisa e que brota da superfície de si mesmo, senão do Coração da própria existência.

• Diante da sincera confissão de Zaqueu, Jesus realiza um milagre que está acima de toda com- preensão humana: o milagre da transformação, o milagre do novo renascimento… Zaqueu experimenta o amor que lhe devolve a capacidade de amar.

• Zaqueu nos ensina que para crescer na maturidade espiritual é imprescindível deixar-se sempre surpreender por Deus deixar-se amar, ouvir no amor e aprender a amar como Jesus o amou.

Senhor Jesus, que pela ação do Espírito Santo eu possa reconhecer e deixar me envolver pela dinâmica do Amor que perpassa minha história de vida.

1. O retiro é um meio importante para encontrar Deus em tudo e tudo em Deus. Ele nos leva a uma tomada de consciência da presença atuante e criadora de Deus, rico em misericórdia, através dos acontecimentos de nossa vida diária.

2. Agradecer a Deus os benefícios desse tempo de retiro. Perceber como Ele se fez presente nosgestos e atitudes pequenas, mas signficativas, gratuitas… Deixe a gratidão tomar posse de você.

3. Com o coração agradecido, percorra as ações, atitudes e sentimentos que você teve nestes dias. Esteja atento! Como o Senhor agiu em você? Que sinais Deus lhe deu da sua presença e da sua ação no mundo?

• O Salmo 23 é, por excelência, um salmo de confiança, onde encontramos uma confissão na segurança que vem da parte de Deus como pastor e anfitrião, que é fruto de uma experiência pessoal, concreta.

• Dar-se conta de como o salmista confessa de maneira prática sua confiança no pastoreio de Deus, especialmente em situações extremas de perigo e risco de morte.

Senhor Jesus, que pela ação do Espírito Santo eu possa reconhecer e deixar me envolver pela dinâmica do Amor que perpassa minha história de vida.

1. Amar é sentir o coração secreto das coisas, é verdadeiramente escutar, é ler além das palavras, é ultrapassar as aparências, é ter um olhar acolhedor.

2. Amar exige generosa gratuidade, como a rosa que exala o seu perfume independente se quem o recebe merece ou não; como a árvore de sândalo que após ser derrubada deixa o seu perfume na lâmina do machado.

3. Amar é não mais esperar que venham ao nosso encontro, mas ir ao encontro das pessoas; não mais esperar que os outros trabalhem por um mundo melhor, mas realizar, nós mesmos, gestos concretos que contribuam para a realização de uma vida mais humana e fraterna para todos

• O reino de Deus é o próprio Jesus que está muito próximo de cada um de nós e nos manda ir à Sua frente preparar o caminho para que Ele também se achegue àqueles que ainda não O perceberam na sua vida.

• Todos nós somos enviados a abrir o caminho para o Senhor que deseja levar a paz e o amor ao mundo. A nossa missão é muito importante: somos trabalhadores da messe do Senhor, missionários do Seu amor. É por meio do nosso testemunho de vida com o irmão que anunciamos a proximidade do reino

Orientações

A oração inaciana é uma oração de escuta, de atenção, de acolhida à ação do Espírito no mais profundo do eu. Um dos segredos da espiritualidade de S. Inácio está na maneira de conduzir as pessoas à consciência de como Deus age nelas. Ao rever a oração, verifico as condições que a favoreceram ou não, mas, principalmente, tomo consciência das “moções espirituais” e para onde me conduzem. Atento a elas posso entrar em discernimento espiritual.

Nesse processo, o acompanhamento espiritual personalizado é um meio privilegiado para buscar a vontade de Deus. Para além de pretensas respostas fáceis e sugestões simplistas, o confronto com o/a acompanhante espiritual revela-se um momento oportuno de organização e narração da própria experiência pessoal. Ao verbalizar os apelos e desejos, as resistências e as dificuldades encontradas na oração, aquele/a que faz os Exercícios Espirituais pode ser auxiliado a formular as perguntas que o impulsionarão no seu caminho espiritual.

Apesar de o processo ser pessoal, a experiência do outro muitas vezes se torna espelho do próprio caminhar, ajudando os demais a melhor se situarem e perceberem como Deus tem tratado com eles. Como cada processo é único, não se trata de um testar a qualidade ou o êxito do momento de oração, mas de uma oportunidade de abertura e partilha de interioridades, que deverão ser acolhidas pelos demais com o coração atento e respeitoso. Ao ouvir alguém partilhar a sua experiência de Deus adentramos em terreno sagrado, restando-nos, tão somente, o silêncio de uma escuta amorosa e solidária.

• A oração é composta por conteúdo (o material que estou rezando e os impulsos que Deus causa em mim na oração) e forma (meios que uso para rezar, como o método, o lugar, a disposição interna…). Assim, é preciso avaliar esses dois quesitos para compreender os frutos da minha oração.

• Olhando para a forma: A preparação, o lugar, a posição, o tempo, favoreceram minha oração? Pedi intensamente a graça? Empenhei-me pelo silêncio? Dediquei-me à escuta?

• Olhando para o conteúdo: Que frase, pensamento, sentimento, lembrança, me tocou mais na oração? Experimentei algum apelo, impulso, iluminação? O que percebo que Deus está querendo me comunicar? Experimentei alguma resistência, medo, repugnância?

• Com que sentimento termino a oração: paz, alegria, confiança, ânimo (consolação) ou distrações, sensação de perda de tempo, temor, des- confiança, desânimo (desolação)?

• Observe o percurso de sua oração. Quais pensamentos, sentimentos, lembranças, apelos e impulsos se repetem? É preciso perceber que Deus nos insere em um belo processo pedagógico para compreendermos melhor o seu pedido. Por isso, é possível que Ele fale das mesmas coisas, mas de formas diferentes.

• O papel do acompanhante é colaborar no processo de discernimento. Dessa forma, cuide de preparar a sua partilha a partir do que foi rezado. Não fazer homilias, catequeses ou discursos morais oriundos das reflexões pessoais. O foco é o trajeto traçado por meio de suas orações. Aí se encontram as ressonâncias do que Deus tem revelado a você: por quais processos Ele quer que você passe, pessoas que Ele quer que você se reaproxime, feridas que precisa curar…

• Não generalizar a própria experiência, pois cada um tem seu tempo e seu modo de perceber a Deus. “Não é a velocidade, mas a constância”, que permite o fruto amadurecer com qualidade.

• Quando a partilha for em grupo, não tentar solucionar o problema do outro, nem lhe dar conselhos. Apenas acolher com respeito e em silêncio a experiência partilhada.

Passos de Oração

A oração inaciana é uma oração de escuta, de atenção, de acolhida à ação do Espírito no mais profundo do eu. Um dos segredos da espiritualidade de S. Inácio está na maneira de conduzir as pessoas à consciência de como Deus age nelas. Ao rever a oração, verifico as condições que a favoreceram ou não, mas, principalmente, tomo consciência das “moções espirituais” e para onde me conduzem. Atento a elas posso entrar em discernimento espiritual.

Nesse processo, o acompanhamento espiritual personalizado é um meio privilegiado para buscar a vontade de Deus. Para além de pretensas respostas fáceis e sugestões simplistas, o confronto com o/a acompanhante espiritual revela-se um momento oportuno de organização e narração da própria experiência pessoal. Ao verbalizar os apelos e desejos, as resistências e as dificuldades encontradas na oração, aquele/a que faz os Exercícios Espirituais pode ser auxiliado a formular as perguntas que o impulsionarão no seu caminho espiritual.

Apesar de o processo ser pessoal, a experiência do outro muitas vezes se torna espelho do próprio caminhar, ajudando os demais a melhor se situarem e perceberem como Deus tem tratado com eles. Como cada processo é único, não se trata de um testar a qualidade ou o êxito do momento de oração, mas de uma oportunidade de abertura e partilha de interioridades, que deverão ser acolhidas pelos demais com o coração atento e respeitoso. Ao ouvir alguém partilhar a sua experiência de Deus adentramos em terreno sagrado, restando-nos, tão somente, o silêncio de uma escuta amorosa e solidária.

Faço silêncio interior e exterior. Respiro lentamente, suavemen-
te. Tomo consciência de que estou na presença de Deus. Faço com devoção o sinal da cruz.

Peço a Deus Nosso Senhor para que todos os meus desejos, pensamentos e sentimentos estejam voltados unicamente para o seu louvor e serviço. Peço a graça que verdadeiramente desejo receber de Deus.

Leio o texto devagar, saboreando as palavras que mais me afetam. Reflito porque esta frase, palavra ou ideia me chama a atenção. Converso com Deus como com um amigo: falo, escuto, agradeço, peço, louvo, pergunto, silencio, seguindo os sentimentos experimentados na oração.

Recordo o meu encontro com Deus. Anoto o que foi mais im-
portante na oração: texto mais significativo (palavras, frases e imagens); pensamentos predominantes; questionamentos; os sentimentos de consolação e desolação; se houve apelos e como me senti diante deles.

“O amor detém-se, contempla o mistério, desfruta dele em silêncio” (GE 155).

“A contemplação destes mistérios, como propunha Santo Inácio de Loyola, leva-nos a encarná-los nas nossas opções e atitudes. Porque tudo, na vida de Jesus, é sinal do seu mistério, toda a vida de Cristo é revelação do Pai, toda a vida de Cristo é mistério de redenção, toda a vida de Cristo é mistério de recapitulação e tudo o que Cristo viveu, Ele próprio faz com que o possamos viver n’Ele e Ele vivê-lo em nós” (Gaudete et Exsultate 20).

Pacifico-me com um momento de silêncio… Respiro lentamente…
Penso no meu encontro com o Senhor… Coloco-me na sua presença… Faço o sinal da cruz ou um gesto de profunda reverencia… Faço uma oração preparatória: Meu Senhor e meu Deus, que todos meus pensamentos, desejos e ações estejam ordenados unicamente ao vosso serviço e louvor… Recordo a história que vou contemplar, lendo o texto uma, duas, três vezes…

Situo o assunto ou tema da oração, considerando ou imaginando lugar em que os fatos aconteceram… Preparo o lugar interior de minha oração.

Repito várias vezes esse pedido. Se me distraio durante a oração, retomo o pedido da graça e retorno tranquilamente… Peço insistentemente a graça desejada, que aqui será: conhecer intimamente o Senhor que por mim se fez homem, para mais amá-lo e segui-lo.

Uso a imaginação para entrar na cena que o Evangelho descreve… Coloco um olhar demorado sobre Jesus, prestando atenção às suas palavras, gestos, sentimentos, atitudes interiores, ao seu modo de viver a missão recebida do Pai… Observo as pessoas… Como elas reagem diante do Senhor? O que fazem? Ouço o que as pessoas dizem… O que as palavras significam? Paro sobre a cena, sem querer explicar ou entender. Apenas me deixo contagiar por ela. Vivo este momento ao lado do Senhor, deixando que ele penetre as profundezas de meu coração.

Participo da cena, fazendo-me presente aos acontecimentos por meio da imaginação e da Fé, deixando que a Palavra de Deus transforme a minha vida. Transformo-me num personagem da história, que fala com Jesus, que o toca, que se deixa tocar por Ele, que se relaciona com os outros personagens da cena. Não procuro tirar mensagens. Saboreio intimamente a cena, no coração. Vivo este momento sem pressa, pois mais do que um método de oração, a contemplação é uma maneira de estar com o Senhor.

Reflito “sobre mim mesmo para tirar algum proveito”. Tomo consciência daquilo que a contemplação provo-cou em mim, daquilo

que o encontro com o Senhor imprimiu em meu coração e aplico à minha vida concreta, ao meu cotidiano, às minhas relações com as pessoas, ao meu serviço ao Reino de Deus…

É muito importante fazer um colóquio, dialogar com o Senhor, falar, ouvir… De acordo com o que sinto, procuro perguntar, ouvir a resposta do

Senhor, louvar, pedir, silenciar…

Converso com o Senhor como um amigo conversa com outro amigo.

Como de costume, termino esse encontro com uma oração vocal, reviso a oração e registro minha experiência.

Músicas e Poesias

O que é que se encontra no início?

O jardim ou o jardineiro? É o jardineiro.

Havendo um jardineiro,

mais cedo ou mais tarde

um jardim aparecerá.

Mas, havendo um jardim sem jardineiro,

mais cedo ou mais tarde ele desaparecerá.

O que é um jardineiro?

Uma pessoa cujo os sonhos
estão cheios de jardins.

O que faz um jardim são os
sonhos do jardineiro.

Se eu quiser falar com Deus

Tenho que ficar a sós

Tenho que apagar a luz

Tenho que calar a voz

Tenho que encontrar a paz

Tenho que folgar os nós

Dos sapatos, da gravata

Dos desejos, dos receios

Tenho que esquecer a data

Tenho que perder a conta

Tenho que ter mãos vazias

Ter a alma e o corpo nus

Se eu quiser falar com Deus

Tenho que aceitar a dor

Tenho que comer o pão

Que o diabo amassou

Tenho que virar um cão

Tenho que lamber o chão

Dos palácios, dos castelos

Suntuosos do meu sonho

Tenho que me ver tristonho

Tenho que me achar medonho

E apesar de um mal tamanho

Alegrar meu coração

Se eu quiser falar com Deus

Tenho que me aventurar

Tenho que subir aos céus

Sem cordas pra segurar

Tenho que dizer adeus

Dar as costas, caminhar

Decidido, pela estrada

Que, ao findar, vai dar em nada

Nada, nada, nada, nada

Nada, nada, nada, nada

Nada, nada, nada, nada

Do que eu pensava encontrar

Programação

20h30

Chegada

21h30

Boas-vindas

7h

Acordar

7h30

Café da manhã

8h

Missa de abertura

9h30

Introdução e início dos EE

10h

Pontos para oração 1

10h40

Cafézinho

11h

Oração Pessoal

12h

Almoço

14h

Pontos para Oração 2 e Orientação sobre partilha e acompanhamento

14h40

Oração Pessoal 2

15h40

Cafézinho

16h

Pontos Oração Pessoal 3

16h40

Oração Pessoal / Acompanhamentos

18h

Banho e tempo livre

19h

Jantar

20h

Apresentação da Vida de Santo Inácio (sala) + Vigília das armas (capela)

21h30

Benção do Santíssimo

22h30

Chá

7h

Acordar

7h30

Café da manhã

8h

Oração Os Sinais de Deus

8h30

Pontos para oração 1 - Aplicação dos Sentidos

9h

Oração Pessoal 1

10h

Cafézinho

10h20

Pontos para oração 2

11h

Oração Pessoal 2

12h

Almoço

14h

Pontos para oração 3

15h

Oração Pessoal 3

15h40

Cafézinho

16h

Oração Pessoal 4

16h40

Banho / Acompanhamento

18h

Missa

19h

Jantar

20h

Preparação para o Lucernário

21h

Lucernário

22h30

Chá

7h

Despertar

7h30

Café da manhã

8h

Oração da manhã Eu sou parte da criação. Sou jardineiro/a no jardim de Deus

8h30

Pontos para a oração 1

9h

Oração Pessoal 1

10h

Cafézinho

10h15

Avaliação pessoal e partilha de como foi o retiro. Preenchimento da avaliação online

11h

Missa de Encerramento

12h30

Almoço

13h30

Saída dos ônibus