Por Alessandra Custodio
“…Por que vocês procuram entre os mortos aquele que está vivo? Ele não está aqui. Ressuscitou!” (Lc 24,5-6)¹ . O anúncio na madrugada daquele dia àquelas mulheres quebra o silêncio e a distância, a Luz se faz presente e o medo já não existe mais. Há a esperança de reencontrá-lo e são imediatamente lembradas do que Ele falou: “Lembrem-se de como ele lhes falou, quando ainda estava na Galileia: É preciso que o Filho do homem seja entregue nas mãos dos pecadores, seja crucificado e ressuscite no terceiro dia. Então elas se lembraram das palavras”. (Lc 24,7-8).
Não há sombra de dúvidas sobre sua presença no meio de nós. Jesus, que passou pela terra fazendo o bem, sofre as dores da humanidade, passa pela noite escura e sombra da morte, mas ao terceiro dia a luz quebra a grande escuridão que pairava sobre a humanidade. Ressuscitou, como disse, Aleluia!
Neste primeiro dia da semana, três mulheres se dirigem ao túmulo, são elas: Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago (Lc 24,10), o anúncio, a novidade e a surpresa são direcionadas a elas que são convidadas ao protagonismo da notícia. Em meio a uma sociedade discriminatória, a mulher se torna a ponte entre o céu e a terra, o divino se desvela e novamente escolhe os caminhos improváveis para se manifestar. Quem és tu mulher a receber tão preciso dom?
As três mulheres são testemunhas, elas devem anunciar esta boa nova a todos os homens. Não há com que se escandalizar nem se espantar, da cruz nasceu a vida plena, a vida verdadeira. Foi o Senhor, o Deus do impossível, que, para sempre, rolou a pedra para o lado e começou a abrir os nossos corações, a fim de não acabar a esperança.
Ele desceu² aos abismos da morte e atravessou-os com a força da sua vida divina, descerrando uma friesta infinita de luz para cada um de nós. Ressuscitado pelo Pai na sua carne, na nossa carne, com a força do Espírito Santo abriu uma nova página para o gênero humano.
Então elas se lembraram das palavras”. (Lc 24,7-8). A partir desta iluminação fica claro, para nós, que a Missão do anúncio do Evangelho não é facultativa, mas insere-se na necessidade do plano de Deus, ao mesmo nível da morte e da ressurreição de Jesus. O cristão e a cristã, são batizados na morte de Cristo e vivem a vida nova da Ressurreição de Cristo, mas devem viver também, do/e para o anúncio do Evangelho.
O anúncio da esperança eterna se dá no protagonista da voz feminina, a esperança é levada a todos e todas, e como um único raio de luz atravessa o tempo e penetra em nossos corações, peregrinamos sobre o som daquelas três vozes que tinham a escuridão no coração e ao ver que a pedra estava rolada, deram testemunho de algo extraordinário. Caminhamos sobre o suave e ao mesmo tempo estrondoso anúncio: “Ele não está mais aqui, Ressuscitou!” (Lc 24,6)
Que a Luz do Cristo vivo te ilumine, que o teu coração possa explodir de júbilo, o Homem das dores já não está em cativeiro: abriu uma brecha no muro; apressa-se a vir ter convosco³.
Cantemos: está vivo, ressuscitou! Eis a nossa alegria eis a nossa esperança, não estamos sós, Deus caminha conosco, peregrinamos em seu amor que foi derramado por nós, venceu as trevas e agora vive entre nós.
Uma Santa Páscoa a todos e todas!
Vivamos na Luz, permaneçamos com a Luz!
Referencias
¹ Bíblia Pastoral, Paulus 2014;
² Homilia da vigília pascal na basílica do Vaticano – A força do Ressuscitado liberta o coração-04 abril 2024;
³ Homilia da vigília pascal na basílica do Vaticano- abril 2024